"E se acaso falares com alguém longíquo, e se, hoje nuvem de possível, amanhã caíres, chuva de real sobre a terra, não te esqueças nunca da tua divindade original de um sonho meu. Sê sempre na vida aquilo que possa ser o sonho de um isolado e nunca o abrigo de um amoroso. Faze o teu dever de mera taça. Cumpre o teu mister de ânfora inútil. Ninguém diga de ti o que a alma do rio pode dizer das margens, que existem para o limitar. Antes não correr na vida, antes secar que sonhar.
Que o teu génio seja o ser supérfluo, e a tua vida a arte de olhares para ela. Não sejas nunca mais nada.
Hoje és apenas o perfil criado deste livro, uma hora carnalizada e separada das outras horas. Se eu tivesse a certeza de que o eras, ergueria uma religião sobre o sonho de amar-te.
És o que falta a tudo. És o que a cada coisa falta para a podermos amar para sempre. Chave perdida das portas do Templo, caminho encoberto do Palácio, Ilha longíqua que a bruma nunca deixa ver..."
Que o teu génio seja o ser supérfluo, e a tua vida a arte de olhares para ela. Não sejas nunca mais nada.
Hoje és apenas o perfil criado deste livro, uma hora carnalizada e separada das outras horas. Se eu tivesse a certeza de que o eras, ergueria uma religião sobre o sonho de amar-te.
És o que falta a tudo. És o que a cada coisa falta para a podermos amar para sempre. Chave perdida das portas do Templo, caminho encoberto do Palácio, Ilha longíqua que a bruma nunca deixa ver..."