You asked for it
Publicada por
The RP
, quinta-feira, 7 de outubro de 2010 at 18:55, in
Suspiro. Penso em tudo o que necessito de dizer. Algo me prende: não te quero magoar. No entanto, pedes-me para falar e, embora hesite, solto-me...
'Sei que tenho receio de perder o que até aqui custou a ganhar, tenho medo de não ganhar o que há muito anseio por alcançar e sinto um pavor tremendo de a perder, como já esteve tantas vezes para acontecer. Nunca lhe disse adeus, apesar de tudo, e ela sabe disso. Usa e abusa do facto de lhe deixar sempre a porta entreaberta só para ela. Só para ela. Nem é preciso dizer. Tem sempre uma rede que a ampara, uma protecção que acha que desvanece, mas que se recusa a mover-se e que a continua a proteger. E, subrepticiamente, ela teima a invadir a porta que passou a ser dela por direito, continua a fazer uso da sua garantia de segurança, da minha ingenuidade e da minha vontade de que ela volte a entrar, da minha vontade de voltar a envolvê-la e não a largar. No fundo, até desejo que ela me use, que ela caia em si, que caia em mim, que me alivie este fogo na garganta, este tormento de alma, este aperto no coração, que substitua o meu mundo monocromático por uma realidade azul refrescante, só de olhar para mim. Gostava de significar mais para ela. E mais. Muito mais. É que ela é tanto para mim: faz-me roçar a obsessão - é inexplicável e doentio!
E é por isso que estou aqui sentado contigo; precisavas de saber que a quero a ela. Sempre foi ela. Seria mais simples se assim não fosse... mas é. Lamento.'
No fim, há silêncio e vazio nos teus olhos verdes e vergonha nos meus.