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CALOIRO FML

Sou caloiro, sou feliz:
tenho a vida que sempre quis!
(aquilo é uma nódoa de Vodka)

You asked for it

Suspiro. Penso em tudo o que necessito de dizer. Algo me prende: não te quero magoar. No entanto, pedes-me para falar e, embora hesite, solto-me...

'Sei que tenho receio de perder o que até aqui custou a ganhar, tenho medo de não ganhar o que há muito anseio por alcançar e sinto um pavor tremendo de a perder, como já esteve tantas vezes para acontecer. Nunca lhe disse adeus, apesar de tudo, e ela sabe disso. Usa e abusa do facto de lhe deixar sempre a porta entreaberta só para ela. Só para ela. Nem é preciso dizer. Tem sempre uma rede que a ampara, uma protecção que acha que desvanece, mas que se recusa a mover-se e que a continua a proteger. E, subrepticiamente, ela teima a invadir a porta que passou a ser dela por direito, continua a fazer uso da sua garantia de segurança, da minha ingenuidade e da minha vontade de que ela volte a entrar, da minha vontade de voltar a envolvê-la e não a largar. No fundo, até desejo que ela me use, que ela caia em si, que caia em mim, que me alivie este fogo na garganta, este tormento de alma, este aperto no coração, que substitua o meu mundo monocromático por uma realidade azul refrescante, só de olhar para mim. Gostava de significar mais para ela. E mais. Muito mais. É que ela é tanto para mim: faz-me roçar a obsessão - é inexplicável e doentio!
E é por isso que estou aqui sentado contigo; precisavas de saber que a quero a ela. Sempre foi ela. Seria mais simples se assim não fosse... mas é. Lamento.'

No fim, há silêncio e vazio nos teus olhos verdes e vergonha nos meus.

You light my fire


Labaredas vivas, laranjas e quentes consomem tudo em que já acreditei...

Páro, não me consigo mover. Passivamente, assisto ao teatro de horrores e não há como fechar o pano; não se distingue o veludo do fogo. Foste um, ou outro. Agora ambos. Depois... nenhum.

Vejo arder parte de mim, oiço o estalar das faíscas, cheiro o fumo que me consome o espírito, saboreio a tua fragância de calor uma última vez e morro, sem saber que vivi.

Evaporam-se as lágrimas, a esperança e o sonho. No fim, cobrem-se as cinzas com flores e comentam-se as memórias.

Australia for 2 (V) - Dourada Explosão


Entrámos a custo pela porta entreaberta de ferro forjado, que se queixou sonoramente. Choravas agarrada à tua coxa . As tuas lágrimas limpas abriam caminho pelas delicadas feições empoeiradas e o teu sangue denso ensopava os curtos calções, apenas para depois escorrer pelas tuas pernas. Contive um grito com tremenda dificuldade, agarrei-te num momento e, com extrema facilidade te encostei contra mim. Os teus soluços saiam abafados pelo meu peito, discretos como as lágrimas que me fugiam. A mina era escura e demorámo-nos a adaptar à fraca luminosidade. No entanto, não parámos.

Segundos depois, voltámos a ouvir o queixume do ferro do portão, desta vez aberto por eles. Contigo ao meu colo, não os conseguiríamos despistar. Murmuraste e pediste-me que te abandonasse. Ignorei-te, claro. Suplicaste. Contrariei-te; nunca te deixaria para trás... Virei instintivamente em direcção a uma luz baça um pouco distante. Ouvi ameaças vindas do fundo do túnel enquanto passávamos por uma trave de madeira que marcava o início de um outro sector da mina.

No tampo de uma mesa velha, encontrava-se uma lamparina frouxa, alimentada a petróleo, e, pelo aspecto do fogo no seu interior, o combustível estava no fim. Todavia, a pequena chama foi suficiente para que nos apercebessomos do conteúdo da sala: estantes com planificações esquemas enrolados, pepitas de ouro espalhadas aleatoriamente pelo chão e, repousando num baixo banco redondo, alguma dinamite que, em circunstâncias normais, seria utilizada para abrir novos túneis.

Ouvimos, mais perto, o som das armas a serem carregadas com mais balas, pousei-te lentamente no chão escuro e olhei para ti e tu para mim. Apesar de nos termos visto mutuamente através de uma cascada espessa de lágrimas de dor, cansaço e desespero, ambos compreendemos o que o outro pretendia dizer. Dirigi-me aos explosivos com uma pressa justificada e, depois de os agarrar, estendi-me para apanhar o candeeiro que se estava a apagar. Olhei para ti no que pareceu um desajeitado pedido de desculpas e acendi os rastilhos, atirando de seguida a dinamite com toda a força que consegui reunir em mim. Num último esfrço, corri para ti e contigo me sentei. Envolvi-te com os meus braços, tu agarraste-te ao coração de ouro que trazias ao peito e fechámos os olhos.

Australia for 2 (IV) - Descida para a Mina


O Jeep Wrangler descia para o subsolo a uma velocidade vertiginosa e eu não me sentia bem ao manobrá-lo pela espiral descendente de estrada de terra batida que iria até às profundezas da mina; a sensação de perigo iminente apertava-me o coração. Tinha reparado, pouco depois de termos abandonado o hotel, que os ameaçadores australianos vinham atrás de nós em carros europeus topo de gama - nunca os poderíamos despistar no nosso jipe de safaris, por isso, teríamos de nos esconder...

A velocidade dos negros Mercedes era inacreditável: moviam-se como se estivessem a ser açoitados pelo próprio diabo e deixavam uma enorme e disforme nuvem de poeira alaranjada por onde passavam. Dirigiam-se connosco para o interior da terra rica do deserto de Victoria. Quando achavam que estavam suficientemente perto de nós, disparavam alguns tiros rápidos através da nuvem de pó, fazendo com que ecos mortíferos ressoassem nas paredes daquele buraco no solo.

Tu ias enterrada no assento de pele, de olhos fechados e agarrada ao peito, com as mãos a envolver o coração do fio de ouro branco, tão puro, em contraste com este ouro de corrupção e sangue. Eu, por outro lado, tinha os olhos demasiado abertos, numa expressão que misturava dor, concentração e horror - eu não estava em mim. O ponteiro vermelho do velocímetro tremia nervosamente nos 220 quilómetros, como se soubesse que este era um valor facilmente ultrapassável pelos automóveis de luxo (se estes não estivessem preocupados com a possibilidade de cair para o precipício mineiro).

Depois de algum tempo, que nos pareceu interminável, foi possível ver o fim do abismo e a porta de entrada para a mina. Saltámos, então, com o jipe em andamento, com esperança que o facto do carro continuar a andar e que a nuvem de poeira nos encobrissem a fuga. Rebolámos nas pedras aguçadas e na terra suja, o que nos feriu. No entanto, a nossa vontade de sobreviver fez-nos ignorar os cortes e arranhões.

Depois, tudo se desenrolou demasiado depressa: o nosso Wrangler emitiu um rugido metálico de sofrimento ao embater com a parede de rocha, os Mercedes travaram subitamente e houve um momento de confusão no interior daquela massa de pó que rodopiava, o qual nós estávamos a aproveitar para nos aproximarmos da porta... mas foi então que tossiste devido à poeira. De seguida, tiros, ecos, gritos e dor.

Australia for 2 (III) - Sangue no Deserto


Os seus olhos estavam ainda fechados e a sua cara estava pálida e tinha um ar tão pacífico sob a luz artificial do candeeiro fluorescente. Os seus finos lábios pareciam esboçar um subtil sorriso e o cabelo loiro estava a ganhar uma tonalidade carmesim que se ia espalhando até começar a pingar para a sua roupa. Lentamente, começou a tombar para o lado esquerdo da cadeira e, sem fazer nenhum esforço para contrariar a queda, desabou do assento, caindo no chão com uma pancada pesada e um som leve. Ela tinha sido alvejada. E eu tinha visto. Tudo se tinha desenrolado à minha frente de uma forma extraordinariamente lenta, enquanto eu me mantinha quieto e em choque. A simpática recepcionista tinha sido atingido na têmpora, do seu lado direito, enquanto dormitava no seu posto, mas a morte foi instantânea... pelo menos para ela. Tinha sido um dano colateral...

Quando me apercebi de que havia movimento na sala anexa à recepção - cadeiras a arrastar, homens a gritar, berros de 'You son of a...!', mais tiros e outros grunhidos de que não me recordo -, acordei do meu transe induzido pela visão de morte. O meu instinto foi correr para ao pé de ti e assim o fiz. Saí da recepção numa fracção de segundo, mas não antes de ter visto o gerente do hotel e alguns guarda-costas brutos a sair da zona de onde tinham sido disparadas as armas - era a sala da administração, onde um jogo de poker tinha corrido muito, muito mal. Sei, agora, que ele também me viu.

Cheguei ao quarto e ainda estavas acordada, mas deitada com uma t-shirt que me pertencia e que te ficava muito larga. Não tive grande necessidade de abrir a boca para que confiasses em mim: a minha cara alarmada, preocupada e chocada bastou para que me seguisses na minha fuga. Saltámos pela janela térrea do nosso quarto do rés do chão apenas com o essencial, entrámos no Jeep e desaparecemos na distância. No entanto, três Mercedes negros de morte perseguiam-nos - não poderia haver testemunhas. Perseguiram-nos até à Mina de Ouro, onde tínhamos achado que nos poderíamos esconder. Nunca tínhamos estado tão errados...

Australia for 2 (II) - Cidade mineira


No momento em que chegámos a Kalgoorlie, já o sol tinha desaparecido sob o horizonte há muito, já as estrelas brilhavam como lágrimas sobre o pano de fundo negro distante e já a noite ia avançada. Isto fez com que entrássemos num dos primeiros hotéis, à beira da estrada poeirenta, que encontrámos. O seu nome era Aurelia, o que era bastante apropriado tendo em conta que esta cidade tinha sido fundada com um único propósito: recolher ouro do subsolo.

Fomos cordialmente atendidos por uma recepcionista com olhos verdes e sonolentos que não hesitou a entregar-nos a chave do quarto 35, sem nos forçar a grandes burocracias; escreveu apenas numa caligrafia rápida (e imperceptível para mim) o nosso apelido num bloco de notas em cima do balcão de eucalipto. E, assim que virámos as costas, a alta empregada loira adormeceu sentada na sua cadeira da mesma madeira, aparentemente desconfortável.

O quarto que nos foi atribuído não nos surpreendeu; era simples e prático, mas não primava pela limpeza. Claro que tu enfrentavas este facto com um sorriso diamantino de orelha a orelha: "Uma aventura não seria uma aventura se dormíssemos num quarto de luxo!". Não tínhamos tido o preço em consideração na escolha do hotel, mas este era um dos mais baratos da localidade.

Apesar de não o sabermos, este preço justificava-se pela utilização deste estabelecimento como forma de lavagem de dinheiro pelo seu dono e gerente - um homem corrompido pelo tráfico do precioso mineral que era explorado naquela cidade.

A minha companheira já se tinha deitado, mas eu quis ir perguntar a que horas teríamos de fazer o check-out na manhã seguinte. Ao chegar à recepção, ouvi um estrondo ensurdecedor... nada me teria preparado para o que tinha acabado de ver e para o que estava prestes a acontecer.

Australia for 2 (I) - Safari


Os teus perfeitos caracóis claros voavam devido à velocidade do nosso jipe, tal como uma moldura dourada, barroca que tenta fugir devido à extrema beleza da pintura. Era assim o teu rosto, o quadro por deuses pintado: profundo, mas simples; bonito, mas tímido; teu, mas meu. Seguravas o teu chapéu com a mão direita, não confiando no fino fio acastanhado roçava o teu pescoço e que o segurava à cabeça. Usavas os teus calções mais curtos, uma camisola branca de alças empoeirada e o colar que te tinha oferecido - o pequeno coração de ouro branco que pendia por cima do fino top. E estavas feliz. Feliz.

Eu conduzia atento aos quilómetros de deserto alaranjado. O meu chapéu australiano, semelhante ao teu, estava preso entre as minhas costas e o banco de pele branca do jipe para não se escapar, o que fazia com que o meu cabelo também se agitasse livre. Pressionava o pedal com um pé calçado num chinelo havaiano grande demais para mim e acelerava bem, saltando por cima das pequenas dunas de terra e contornado as maiores. Usava uma t-shirt e calções comprados há alguns dias em Cooper Peddy. Tal como tu, tinha um sorriso no rosto. A liberdade que serpentear num dos fenomenais desertos da Austrália me proporcionava era estonteante! Eu estava livre, tal como os cabelos. Livre.

De vez em quando, para grande satisfação nossa, avistávamos ao longe alguns cangurus ruivos a saltar; espécie frequentemente vista na zona mais a norte do deserto de Victoria.

Quando o sol se começou a esconder atrás das dunas e começou a lançar os seus raios mais avermelhados sobre a planície desértica, demos meia volta ao nosso Jeep Wrangler amarelo de tecto aberto, terminámos o nosso safari desse dia e fomos em direcção a Kalgoorlie, muito para oeste, onde dormiríamos.

Frase Aleatória #3

om nom nom... "You look good enough to eat"

(Lady Gaga - Monster)

Frase Aleatória #2

Hoje ofereceste-me uma t-shirt com um alce...

(aposto que me estás apenas a chamar cornudo.)

Frase Aleatória #1

Amor, só não te procurei na gaveta dos cachecóis.

O tempo flui

O tempo flui... Como uma cascata rápida e prateada de uma substância desconhecida, o tempo flui.


Na parede da sua casa, um dos ponteiros do relógio avança compassadamente, fazendo um barulho seco e desagradável, como se me avisasse da efemeridade do momento e como se me aconselhasse a desistir, a ir, a prosseguir com a minha vida. Mas não... Como posso continuar com a minha vida, estúpido relógio, se ela a levou comigo?


Por isso aguardo na casa dela. E é o que tenho feito... aqui tenho estado; vim quando o pó ainda não se tinha instalado em todos os recantos e quando a sua casa ainda tinha cor, ainda tinha um pouco de ti. No entanto, parece que tudo se foi...


Não consigo deixar de te odiar, solitário som do ponteiro, que ressoas nos três andares vazios e escuros desta casa, como também não consigo deixar de te amar, pois a tua presença em mim e tua memória vai-me dando forças para ir aguentando. E já não sei a quem me dirijo... Mas ela já não deve tardar. Só ela me dará finalmente paz.

Now I'm free

«A ferida é feita discretamente. O corte, a dor, ao início, não se sente, não se repara.
Com o passar do tempo, torna-se cada vez mais notável, mas procuramos ignorar aquela impressão, apesar dela ser mais forte que nós e ir crescendo.
Vai crescendo até se tornar insuportável, impossível de desprezar.
O sangue já corre significativamente, deixando a sua marca espalhada pelo chão.»

Isto é algo que escrevi há algum tempo.
Mas, agora, "I don't even miss her"...
Now, "I'm FREE... free fallin'"

Um dia... 5 (Hoje)

Um dia, pergunto-te se queres que te faça um Natal, só para ficares feliz...
Hoje foi o dia, apesar de estarmos no início do Verão.

Rosa e Jasmim







«Nova rosa de outro jardim
de esplendores mil,
aceitarás este simples jasmim
de cheiro primaveril?»

Numa tarde de calor,
o cheiro de flores,
a pureza e o amor
a vida pintam com cores.

O pequeno gesto
tem grande significado:
é o mais honesto,
mas o menos valorizado.

Assim, se casaram,
numa cerimónia invulgar,
nunca mais se separaram
e não se sabe como vão acabar.

Verão, Saudade, Não sei...


Passeio a mão pela água da piscina, mas sinto-a a limpar as tuas lágrimas azuis,
O reflexo distorcido pelas ondas que nela vejo não é meu, mas teu...
E a brisa leve que sopra e me despenteia cheira-me ao teu cabelo.

Mergulho na fresca água marinha e sinto as tuas mãos em mim,
O sol ofusca-me, mas eu creio que o que vejo é o teu sorriso...
E a areia onde me deito é quente e cheira-me ao teu abraço.

E, quando a noite cai e me envolve,
quando o céu parece que por ti chora,
quando os pássaros, calados, se recolhem,
apercebo-me de que em mim estás presente não estando.

Memorial do Saramago


"A memorial is an object which serves as a focus for memory of something, usually a person (who has died) or an event."



Este post será o meu humilde contributo para homenagear este grande escritor.

Descanse em Paz, José Saramago.
(1922-2010)

Este é o seu Memorial.

Exames: uma perspectiva nada isenta


Os estudantes do 11º e do 12º anos do Ensino Secundário enfrentam neste mês (e, para alguns, no próximo) uma frase crítica da sua vida: os Exames Nacionais. Mas o que são estes e como influenciam tanto a vida dos estudantes? Deveriam existir?

Em primeiro lugar, gostaria de afirmar a minha posição pro-exames; simplesmente, acredito que tem de haver um elemento de avaliação comum a todos os alunos do país e que permita, de certa forma, um acerto nas notas destes estudantes, para que a candidatura à faculdade seja um processo mais ‘justo’. Quanto ao peso das provas, sabe-se que contam 30% das notas finais das disciplinas a que correspondem, podendo provocar descidas destas ou, em raros casos, subidas. No entanto, estes exames voltam a contar como prova de ingresso (PI) na nota de candidatura, havendo um novo corte (ou não) na média de secundário. O número de PIs e o seu peso relativo depende inteiramente das faculdades, mas este último não costuma ser inferior a 40% ou superior a 60%.

Qual é, então, a maior crítica a apontar aos Exames Nacionais? Que, num único momento de avaliação, procuram averiguar os conhecimentos que adquirimos ao longo de um ou dois anos. Muitos argumentam que estes testam mais o nosso raciocínio sob pressão do que a extensão desses tais conhecimentos.

Assim, qual seria a solução? Sinceramente, não sou detentor de uma revelação milagrosa que possa resolver esta situação que tanto preocupa os estudantes. Todavia, creio que, se o peso destes Exames não fosse tão elevado, o nervosismo que os acompanha seria menor, levando à realização de melhores provas.

Concluindo, odeio-vos muito, Exames. De vós depende o meu futuro académico e, consequentemente, profissional. Ámen.

PS – Esqueci-me de apresentar exemplos na composição do III Grupo do Exame de Português. Portanto, aqui vão eles: “(…) Exemplo disto é uma escapatória até ao Hawaii. (…) Uma viagem até à Índia representa na perfeição uma viagem com este objectivo (…)”.

PPS - Questão pertinente que já me foi feita: "Porque é que há jovens a sorrir no site do GAVE?". Façam o favor de, se conseguirem, me elucidarem quanto a isto. Obrigado.

(esta minha crónica está disponível no blog do PÚBLICO http://blogs.publico.pt/notafinal)

Don't Stop Believing

I want to take the midnight train going anywhere @

Um dia... 4

Um dia, páro o tempo por ti, por nós...
...porque há momentos que deviam ser eternos.
Nesse dia, o 'para sempre' fará sentido.

Jardim Japonês


A neve acomodava-se debaixo dos teus pés como suaves e brancas penas de ganso e eles, envoltos em igualmente claras meias de seda, iam deixando as suas marcas no chão gelado.

Apesar da extraordinária beleza do comprido jardim japonês, tu não tiravas os teus olhos dos meus, verdes e carregados. A sua cor gritava pelas árvores cobertas de neve fofa e pela erva amolecida e fresca que pisavas, mas que não se via. Tudo era claro. Tudo era frio.

O teu oriental vestido largo e puro como a paisagem caía pelo teu formoso corpo... tu deverias estar gelada, se as circunstâncias fossem outras. No entanto, agora, a tua raiva aquecia-te de dentro para fora e fazia os teus olhos faíscar de fúria na minha direcção.

Esperava-te sentado no chão, junto de um frágil biombo. A minha presença era realçada pelo blusão de cabedal preto e calças de ganga escuras e a minha sombria figura atraía o teu olhar e a tua esbelta figura como um buraco negro, vazio, no meio do branco avassalador.

Começaste a correr, parando apenas a uns metros de mim. Altiva, com a mão na katana embainhada, aguardavas uma reacção minha.

Só se ouvia o relaxante som da água fria escorrendo pela fonte de bambu que em nada atenuava a tensão do momento.


To be continued...

(Tributo ao grande Tarantino)

Malmequer para a Mifinhas

Para a Mifinhas:

"A vida podia ser apenas estar sentado na erva, segurar um malmequer e não lhe arrancar as pétalas, por serem já sabidas as respostas, ou por serem estas de tão pouca importância, que descobri- -las não valeria a vida de uma flor."

in Memorial do Convento

Once upon a time

Tinhas-me dito que todas as verdadeiras histórias encantadas começavam com 'Era uma vez'.
Não posso argumentar. Na nossa não houve 'era', nem 'vez'... e não sei se chegou sequer a existir 'uma'... Nunca foi uma história de encantar, portanto.
"Como terminam, então, os maravilhosos contos de encantar?", perguntei.
"Com 'e viveram felizes para sempre...'!", respondeste com a tua voz de entendida.
"E as histórias normais?"
...
As histórias normais sei, agora, que acabam com um ponto final.

Cansaço

Não sei se repararam, mas o Another Soul @ tem andado um bocado parado...

Pois. É época de exames. E eu ando um bocadinho atarefado. Inho inho.

Ando a rever português, basicamente. Deixo matemática para depois.

Enfim, deixo-vos com uns versos de Álvaro de Campos (pertinente, não?):

"O que há em mim é sobretudo cansaço -
Não disto nem daquilo,
Nem sequer de tudo ou de nada:
Cansaço assim mesmo, ele mesmo,
Cansaço."

Russel Squirrels


Selene passeava-se serenamente pelos rugosos caminhos de terra rodeados de rosas. Distraída, dominava o mundo sem disso ter conhecimento. O vento veloz da vespertina hora despenteava-lhe os volupstosos cabelos e dava à graciosa dama londrina uma aura misteriosa e mística.

Quando Selene passava, os atarefados esquilos desviavam as cabeças, esticando as caudas, e as flores leves das cerejeiras caiam a seus pés, suavizando o passeio. Molhava sempre as finas e delicadas mãos na fresca água da fonte e deixava que a água escorresse pelos dedos e pingasse cristalina para o chão.

Esta rotina noturna era sobejamente apreciada pelos que frequentavam o Russel Square Park. Era comentado, nas redondezas, que os jovens se deslocavam de propósito a este local para contemplar a despreocupada passagem de Selene.


(fotos tiradas por mim)

MOVE-TE (AP)

A apresentação correu super bem!

Penso que conseguimos explicar bem o nosso projecto e o que temos andado a fazer e penso, também, que conseguimos transmitir uma poderosa mensagem.

Estou extremamente feliz, portanto!

Este foi mesmo um projecto que me deu muito prazer a organizar!

Agradeço a todos os que acreditaram e contribuiram!

@ The RP em nome de MOVET

MOVET - Amanhã

E amanhã é a minha apresentação final de Área de Projecto :X

1 mês @ (e dia da criança)

Hoje é o dia da criança, mas é, também, o dia em que criei esta página, há já um mês atrás.


Assim, vou fazer uma retrospectiva semelhante à que fiz quando este blog tinha apenas uma semana...


Um mês depois da criação do Another Soul @,
o blog apresenta 55 posts, 51 seguidores e cerca de 1500 visitas.
São valores bastante positivos e que superaram TODAS as minhas expectativas!
Apesar do mês de Maio ter sido um dos que mais me pôs à prova, em mais do que um aspecto, tentei sempre actualizar o blog com a frequência que me era possível. Fico, claramente, surpreendido com estes resultados.
De novo, agradeço aos meus seguidores e leitores:
Os vossos comentários, críticas e interpretações são sempre recebidos com grande entusiasmo.
Queria agradecer, também, a (insert 'lista enorme de nomes' here).



Obrigado


PS: Eu tinha pensado em criar um presente para oferecer, nesta data tão especial (wee!), aos blogs (crianças ou não) que me têm suscitado interesse. No entanto, a escola não me tem dado descanso. De qualquer forma, ficam já avisados: um presentinho surgirá a partir do Another Soul @... um dia destes.



The RP

May

Adeus Maio @

Dia em Veneza (ou Desejo de fuga)


O ar é quente e pesado, os teus canais cheiram a esgoto e a putrefacção, as tuas gelatarias não têm graça nem encanto... Apesar disso, decido pedir um gelado na que tem melhor aspecto, em comparação com as circundantes. Entregam-me, então, uma infeliz bola de gelado de baunilha e canela. Mas não consigo consumir o deprimente sorvete derretido... enquanto o cheiro a podridão pairar no ar, não o conseguirei saborear.

Parecias um destino tão paradisíaco e agora só me apetece escapar daqui. Quero apanhar o primeiro avião, combóio, automóvel ou gôndola daqui para fora...

Talvez, um dia, recorde nostalgicamente esta cidade e sinta saudades dos momentos que em ti vivi. No entanto, hoje, sinto que te odeio. Lamento.

I suppose I gave up

I think I threw my arms up... I gave up, I gave up...


Temos de saber quando desistir. Eu acho que não sei. Mas estou mesmo a precisar de aprender...
Simplesmente não acredito que consiga aguentar por muito mais.


I need to give up. I suppose.

Monster Ball Tour

* @ Lá estarei @ *

Orchestral doubt


A orquestra tocava com emoção e força enquanto tu falavas. No entanto, eu não te ouvia: a poderosa percussão abafava-te a voz, enquanto que os trombones sopravam para longe os delicados sons que emitias. No fim, esboçaste com os teus lábios perfeitos um sorriso brilhante e desafiante que falou mais alto que todos os instrumentos naquela ópera. E eu não evitei não te sorrir de volta. Tinha, aparentemente, dado-te indicação de estar interessado no que tinhas proposto, pois, imediata e rapidamente, me sussurraste algo maravilhoso ao ouvido, à medida que os violinos, violoncelos e seus semelhantes intensificavam a sua melodia.

Durante o solo dos primeiros violinos, puxaste-me para fora do camarote e, no corredor, nos beijámos.

No fim, o principal solista deixou uma nota a pairar no ar, tal como deixámos a questão 'o que seria de nós?'.

Bad Romance


"All your love is revenge"
(adaptado)

Incenso


Redemoinha no ar, cinzento e leve. Ondula sem direcção, sem futuro, sem se preocupar. Com um forte cheiro a força e segurança, avança pelo meu quarto. Fugaz, mas livre - depressa se esvai, deixando para trás apenas o odor e a lembrança.

Pudesse eu ser como tu, fino caminho de fumo aromático...

Não quero ser vergado


Quando caminhava em direcção a casa, vi um pequeno miúdo com uma expressão de enorme satisfação e diversão estampada na cara. Estava embrenhado num curioso desafio: segurava nas mãos um pequeno ramo de alguma diminuta laranjeira selvagem e estava a tentar parti-lo.

A jovem madeira ia vergando sob a ligeira força que a criança aplicava nela. Ao passar ao lado deste cenário, comecei a aperceber-me do odor primevaril a laranjas verdes e ácidas. Comtemplei o brilho nos seus olhos apenas por momentos, enquanto ele retorcia aquele frágil ramo.

Ao, virar as costas, ouvi um leve estalar e o riso do alegre jovem.


Quanto tempo me restará a mim até estalar?

Um dia... 3

Um dia, começar-te-ás a afogar na tua própria infelicidade. Aí, desejarás que não me tivesses afastado... Aí, desejarás que eu estivesse contigo para te puxar e não te deixar afundar...

Nesse dia, não sei se não voltarei a nadar para ao pé de ti.

São apenas 19:30


Já são onze horas da noite. Olho para o meu relógio e, para mim, ele ainda marca 19:30, nem menos um segundo, nem um segundo a mais... exactamente 19:30.

Esta noite, o restaurante já teve mais vida do que a que tem agora. Eu não pareço reparar. Continuo a desfolhear o cardápio e a pedir que me encham, mais uma vez, o copo de sangria. E mais outra vez... e outra... e outra...

Para mim, passa meia hora das sete e tu ainda estás para chegar. Provavelmente demoraste mais alguns minutos a retocar a maquilhagem. Ou então não te decidiste em relação ao vestido que querias trazer... Eu continuo à espera da tua belamente vestida e maquilhada chegada.

Quando o empregado me toca no ombro e me mostra, com um único gesto, o espaço vazio à minha volta, apenas lhe pergunto se tinha chegado demasiado cedo.

Primeira Valsa

Agarrei-te pela cintura... nervoso, agarrei-te pela cintura. Tu, com as tuas suaves e delicadas mãos, corriges o meu gesto e reparas no meu olhar embaraçado. Sabias que eu achava aquilo tudo um disparate, uma formalidade, algo excessivamente artificial, mas também sabias que eu estava a gostar que me ensinasses a 'valsar' - estava a gostar das tuas aulas de dança. Sim, eu sentia um misto de repulsa e atracção (ora uma, ora outra) em relação a tudo o que se estava a desenrolar de volta deste tão importante fenómeno: the Senior Prom/o Baile de Finalistas.

Estive em Viena, este ano, mas nem os ares barrocos da cidade que viu Strauss compor as Valsas me inspiraram para este estilo de dança (nem para este, nem para nenhum).

E, agora, via-me, assim, agarrado a ti de uma forma desajeitada, comprometida, forçada... mas ao menos estava agarrado a ti!

Tu contas os passos, tu puxas-me contigo e eu vou-me deixando ser contado, e eu vou-me permitindo ser levado neste automático acto. A cada movimento nos tornamos mais rápidos, mais leves, mais soltos, mais naturais e mais apaixonados.

Eu continuo a perceber pouco de Valsa, mas, ao menos, iremos bem vestidos... ao menos, iremos a combinar... ao menos, irei contigo!

Termina, neste momento, o Danúbio Azul e nós estamos precisamente na posição em que começámos. Agarro-te a cintura com segurança e...

De: Mais uma bola de sabão

«"Coração que não vê é coração que não sente"...


Esta é a maior estupidez que tenho ouvido.

Porque, quando eu não te vejo, o meu coração sente a dobrar. Sente a tua ausência aqui, e sente a tua presença noutro lugar



Retirado: DAQUI

(porque o blog de onde retirei esta citação é um pedacinho de paraíso nesta extensa blogosfera)

Panquecas... sem ti.


Quando acordaste, tinhas douradas panquecas acabadas de fazer, regadas com mel, à tua espera. Eu não estava lá quando despertaste, mas sei que tinhas... porque fui eu que as deixei para ti. Sei, também, que, quando regressei, as panquecas continuavam repousando no seu tabuleiro claro de bambu, na companhia de uma rosa amarela, agora murcha, que eu havia colhido para te alegrar o novo dia... mas tu já não te encontravas. O delicioso aroma das panquecas tinha-se dissipado e o mel estava meio cristalizado. As leves cortinas ondulavam com o vento e o meu quarto estava excessivamente vazio. Não tinhas deixado bilhete, nem mensagem, nem nada de nada... Se não conhecesse a forma que deixas nos meus finos lençóis brancos, não saberia sequer que ali tinhas dormido...

Eu odeio quando desapareces sem deixar rasto... e, julgando pelo aspecto esmorecido que aquele outrora apetecível pequeno almoço apresentava, posso afirmar que as panquecas também não gostaram que as tivesses abandonado.

'MOVET até à Cáritas'

É com enorme prazer que reporto que a visita de estudo 'MOVET até à Cáritas', por nós organizada, correu muito bem!

Podem ler tudo sobre esta actividade AQUI.
E AQUI encontram as divertidas fotografias deste dia!

Obrigado @

Stockholm Syndrome

Raptaste-me... Mas preciso mesmo de pagar o resgate?
***
You have kidnapped me... But do I really need to pay the ransom?

Stressado, moi?


A minha irmã ofereceu-me um jardim zen, para relaxar.


Obrigado pela indirecta, mana @.

Mayday.


Neste dia de Maio, abro os braços, levanto a cara para o céu e observo enquanto a chuva pesada me desfaz o sinal de SOS que tinha desenhado na areia. Estou perdido. E não posso deixar de sentir que ninguém me salva.

PS - Mayday, na verdade, deriva do francês m'aider (ajuda-me).

O'dores

- Porquê?! - perguntas horrorizada.

- Porque talvez o cheiro a sonhos queimados disfarce o odor fétido do falhanço. - retorqui, atirando a luminosa tocha para o chão humedecido em combustível.

Nem vale a pena dizeres nada...


Não abras sequer a boca. Não digas nada.

Como eu gostava que as minhas leves suspeitas não tivessem passado de loucos devaneios sem fundamentos...

Gostava de poder ter continuado a ignorar a voz dentro de mim. Aliás, gostava de lhe provar quão enganada estava... Que tu não eras assim! "Não, ela é diferente das outras", repetia eu, interiormente.

Agora, apercebo-me da ridicularidade da minha constante negação. "Não. Ela? Não...", respondia quando me perguntavam se... se... Era sempre 'se'... E eu era sempre 'não'... NÃO!

Sabes o que resta de nós (se é que alguma vez houve 'nós')?

Resta-nos uma moldura com uma fotografia rasgada...

Não, não fui eu que a rasguei. Sempre assim esteve, sempre assim estará. Nunca estivemos inteiramente juntos... nem sequer na moldura... era tudo uma ilusão...

Apercebo-me disso agora...


Mas não abras a boca. Não vale mesmo a pena dizeres nada...


I'm finally free,

"Your Love"

Procurando-te em Viena


Amanhece cedo em Viena. A límpida luz matinal banha a luxuosa suite azul do hotel imperial e roça a minha face com gentileza até me despertar. Tinha-me esquecido de correr as pesadas cortinas de veludo turquesa na noite anterior. Levanto-me, tomo um duche rápido, visto-me e saio sem tomar o pequeno almoço...
Tenho uma missão e era nela que me ia concentrar: sei que estás na capital austríaca e vou encontrar-te.
Procuro-te junto da magnífica Ópera vienense, no Parlamento clássico, nos majestosos pátios de Hofburg e nos jardins reais... Nada.
Quando páro para descansar na relva, perto da grande Maria Teresa, rodeado das antigas cavalariças, já o sol se está a pôr: já as sombras vão longas no chão e a cidade vai adquirindo uma tonalidade
dourada. E eu, sem sinal da tua presença, vou escurecendo.
Derrotado, decido desistir desta minha demanda e regresso ao hotel. É lá, no amplo e luminoso átrio, que te vejo, com a tua pequena mochila
rosa, a pedir a chave do teu quarto. Imediatamente, lanço-me na tua direcção... corro, quase voo, e alcanço-te.
Nunca reagiste muito bem a surpresas. Desta vez, no entanto, és tu que me surpreendes; abraças-me como nunca me abraçaste e choras no meu ombro... Estás farta de estar zangada e queres dissipar essa tua raiva.


Nessa noite, dormes no meu quarto, mas não nos esquecemos de fechar as cortinas turquesa da suite azul.

(foto tirada por mim)

Que se faz hoje?

Com o teste intermédio à porta, decidi empenhar-me na matemática...

sort of...
(foto tirada por mim)

Jogo perigoso


Entraste de rompante na minha sala de jogos, atiraste com o tabuleiro vítreo de xadrez contra a parede, pegaste nos meus prémios e atiraste-os ao chão... até os berlindes, aqueles que estavam expostos na vitrine, foram, de uma única vez, todos arremessados contra mim. Eu desviava-me dos teus projécteis, enquanto ouvia o som do vidro a estilhaçar-se em inúmeros bocados. As diminutas esferas que eu tanto prezava ressaltavam sonoramente no chão de pedra, os teus cabelos esvoaçavam negros e rápidos como sombras e os teus olhos percorriam a sala à procura de novas 'armas'...


Sem me dirigires nenhuma palavra e sem nenhum aviso, tinhas iniciado este teu ataque. E também assim o cessaste, tão depressa como o tinhas começado: viraste-me as costas, bateste a porta e desapareceste...


Um jarro negro que tinha ficado numa posição instável, tombou quando saíste. E eu ali fiquei a contemplar a destruição que me rodeava... que tu tinhas causado.


As relações são mesmo um jogo perigoso...


(Lamento se desapontei alguns leitores que estavam à espera de uma 'uma cena escaldante')
(foto tirada por mim)

Se... 2

Se lesses o que não escrevo, talvez fossemos felizes... juntos.

Agora sei...

Local: New York Subway

Foi há uns anos... eu lembrava-me vagamente, mas agora sei.

Ler o teu diário tem me dado algumas respostas.

Sei que não se deve... mas tu deixas (espero eu).

Não sabia que tinhas reparado logo em mim, mas agora sei.

O teu louro platinado chamou a minha atenção e, pelos vistos, a minha franja negra atraiu a tua. Eu não sabia disto, mas agora sei.

É interessante rever estas cenas da tua perspectiva. Realmente... do que tu te lembras de escrever!

Por exemplo, não sabia que tu sabias a estação em que estavas porque a vias no reflexo dos meus olhos... mas agora sei.


Agora sei que, desta vez, quero ver o meu reflexo nos teus límpidos e verdes olhos... bem de perto.
Agora sei que é a ti que quero.

Hug me

Odeio achar que só me abraças para poderes ter o caminho livre para me esfaqueares nas costas.

Eu estava a afiar a faca...


Eu estava a afiar a faca...

Tinha a granítica bancada da minha cozinha repleta de peixes crus (e mortos!) dispostos verticalmente. Eu não achava piada nenhuma àquilo...

Modas orientais, pensava eu, mas tu adoravas e isso bastava-me.

Eu estava a afiar a faca...

Ia fazer-te o melhor jantar de peixe cru e algas que alguma vez tinhas comido! (Claro que eu não ia provar o sushi! blergh!).

O namorado tinha acabado contigo... aposto que estavas infeliz. Mas o sushi resolve tudo, certo?

Eu estava a afiar a faca...

Ia cortar aqueles peixes de olhar vazio bem cortadinhos! Oh, se ia!

E ia enrolá-los em papa de arroz e algas. (Como é que tu gostas disto?!)

Eu estava a afiar a faca...

Ligaste-me a dizer que ele estava arrependido e que te tinha convidado para um restaurante japonês lisboeta, mas que agradecias o gesto.

Quando desligaste, esfaqueei o salmão e atirei os restantes peixes mal-cheirosos para o chão...

E continuei a afiar a faca...

Quem te teria deixado ali?


Estavas sentada numa mesa oposta à minha, bebericando o teu vinho num copo de cristal. Vestias um elegante vestido bordeaux, que combinava com a cor rubi da bebida e dos teus lábios, e tinhas o cabelo negro como a noite e ondulado como o mar. Nele, usavas estrelas brilhantes e prateadas que reflectiam a luz do sumptuoso lustre do restaurante. Tinhas um estilo clássico leve, mas carregado de dor.

Periodicamente, olhavas para a porta e agitavas, com nervosismo, o tinto no copo. O líquido mexia-se como labaredas de um vermelho triste e pareceu-me que, ocasionalmente, deixavas cair algumas lágrimas cristalinas.

'Quem te teria deixado ali?', indagava eu...

Quando me apercebi de que tinhas reparado em mim, fingi ajeitar os botões do meu novo blazer.

Arrependo-me disso agora...
Agora, arrependo-me de não ter sequer sabido o teu nome...

Estás tão longe de mim!

Lembro-me de me ter sentado no banco de mármore rosa onde te encontravas. Tinha acabado de correr, estava suado, cansado e numa figura deplorável, aposto. Tu, pelo contrário, emanavas beleza e uma subtil fragrância de côco. Sentei-me, claro, na ponta oposta à tua, mas os teus cabelos insistiam em aproximar-se de mim. Tu reparaste e, com esses olhos profundos e envergonhados, me pediste desculpa.

Deves ter visto que eu fiquei atrapalhado, pois perdeste a tua timidez (ainda agora acredito que a transmitiste para mim) e perguntaste-me se eu não gostava do teu perfume… Imagino a cara de surpreendido que devo ter feito, porque imediatamente me explicaste a razão de tal interrogação: “Estás tão longe de mim!”, exclamaste sorrindo, enquanto acomodavas uma madeixa de cabelo atrás da orelha.

Wake me up

Conhecem aquele sentimento de ver a vossa vida passar-vos diante dos olhos?

A sério? Pois, eu não.

E acho que era do que estava a precisar para acordar...

"Não sei para onde vou"

'Não sei para onde vou'...
Mas e se não quiser ir por aí?
ou...
E se quiser, mas não conseguir?
(Inspirado por José Régio)

Goodbye, 20 a matemática

"I don't know why you say goodbye"...
I've just said hello...
(The Beatles, adaptado)

Deixei-te cair

Sob o sussurro leve do vento, sob a cor carregada das nuvens e sob o escondido raiar solar, tu me agarravas e eu te agarrava.

O mundo girava à nossa volta e estávamos agarrados.

O verdejante prado em redor cantava connosco, mesmo enquanto a chuva se aproximava.

As cores uniam-se num irregular e disforme remoinho e estavam, gradualmente, a perder a sua luz.

Tudo à nossa volta ia escurecendo, mas nós não nos importávamos - nós não reparávamos, sequer. Aquela era a volta da nossa vida e estávamos a adorar.

Num singular momento, no entanto, tudo se iluminou. Todo o prado não passou, nesse instante, de um amplo espaço de um intenso violeta - um relâmpago tinha-nos ofuscado.

De seguida, claro, um trovão ensurdecedor.

Quando me apercebi, tinha largado a tua mão...

Eu deixei-te cair.

Gives you Hell

pour toi:
When you read this blog,
'Hope it gives you Hell, hope it gives you Hell...'
I'm a fool


Inspiration: The All American Rejects e uma (GRANDE) pitada de Glee
 

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I welcome you to Another Soul (out in the open), a new project that has the purpose of showing a side of of me you didn't know. Another Soul @ has a new style, a new look - a whole new environment. Hope you like it!

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